23 de novembro de 2010

Dadaismo e Surrealismo

DADAÍSMO

O Dadaísmo surgiu no cenário artístico europeu entre 1916 e 1921 e foi considerado o movimento mais radical e demolidor dos movimentos de vanguarda.Criado como forma de contestação às atrocidades da Primeira Guerra Mundial, uma espécie de teatro de variedades se desenvolveu nas mãos de artistas engajados nas discussões políticas de então. Tristan Tzara pode ser considerado o nome mais influente no Dadaísmo no campo literário


Tristan Tzara



RECEITA PARA FAZER UM POEMA DADAÍSTA

Tristan Tzara

Pegue um jornal.
Pegue uma tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.

In Gilberto Mendonça Teles. pág. 126


“Dada é o dilúvio após o que tudo recomeça”.(André Gide)
“Para os dadaístas (...) não havia passado, nem futuro: o que havia era a guerra, o nada; e a única coisa que restava ao artista era produzir uma antiarte, uma antiliteratura: ‘Dadá não significa nada’, ‘a obra não tem causa nem teoria’ e ‘Eu estou contra os sistemas; o mais aceitável dos sistemas é o de não ter principio algum’(...).Dentro de tais declarações, a obra dadaísta passa a caracterizar-se pela improvisação, pela desordem, pela duvida, pelo predomínio da percepção, pelo agnosticismo e pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, tanto na forma quanto na homogeneidade de idéias e sentimentos”.

Gilberto Mendonça Teles. Pág. 125 e 126

Observe o irracionalismo, o nonsense, a ironia e o humor sarcárstico, demolidor presente nesta paródiade receita de alimentos, que constitui o poema-manifesto da estética dadá. Ao se utilizar de tais recursos para tematizar a própria criação poética, num exemplo de metalinguagem, Tristan Tzara fulmina todas as convenções poéticas tradicionais e inaugura uma “antiarte” anárquica feita da destruição de tudo o que até agora se entendeu por arte. É interessante notar, ainda, que em sua “Receita” o acaso substitui a isnpiração e a escolha, ao mesmo tempo em que a brincadeira substitui a seriedade.

A intertextualidade, a paródia e a metalinguagem são procedimentos estilísticos essenciais, na prosa e na poesia modernista. Vamos relembrar em que consistem.

INTERTEXTUALIDADE – diálogo entre textos, referências que um texto faz a outro, a aprtir do qual foi escrito.
PARÓDIA – tipo de intertextualidade que consiste na imitação satírica de um texto, com intenção crítica.
METALINGUAGEM – reflexão sobre a linguagem, presente no texto; a literatura tematizando o próprio fazer literário.









SURREALISMO

Superando a destrutividade radical da arte dadá, o Surrealismo nasce de uma cisão nesse movimento, desencadeado por André Breton, um dos criadores da nova vanguarda, no campo da literatura. Na pintura e no cinema, destacam-se dois espanhóis geniais, inspirados pelas ideias do movimento: Salvador Dali e Luis Buñuel.


Cena de “O Cão Andaluz” filme que marcou no cinema o movimento surrelista na França em 1928, de Luis Buñuel e Salvador Dali
O Surrealismo surge em Paris, desenvolvendo-se principalmente no período entre as
duas guerras (1918-1939). Defende que o caráter destrutivo dadaísta deveria corresponder a apenas uma das estapas do precesso de criação. Como etapa porterior à demolição das tradições burguesas, estaria a inauguração de um novo conceito de realidade, baseado no surreal.

“O Cão Andaluz”


Dali e a confusão fantástica da nossa vida onírica: “ A paisagem onírica em segundo plano – em primeiro plano os relógios que desafiam a nossa percepção – representam ao mesmo tempo seres inanimados e seres que outrora foram animados – o rosto (ou a representação de um rosto) que jaz sob um relógio “morto”. O rosto, que pode ser uma parte de outra forma indefinida, se converte em formas femininas se observado do ponto em que se percebem olhos de cílios fartos fechados, e animaliza-se, se observado a partir do ponto que seria uma cabeça, trazendo a forma de um animal, talvez um golfinho ou uma foca. Como num sonho, algumas coisas – por exemplo o toco de árvore que nasce a partir de uma superfície estéril – destacam-se enquanto outras formas permanecem vagas.A interpretação geral do trabalho é a de que o relógio é, incansavelmente, o pressuposto de que o tempo é rígido ou determinista.





"Destruindo as hierarquias intelectuais, os escritores dadás caíram no puro irracionalismo, utilizando recursos como o do automatismo psíquico (a ser desenvolvido pelos surrealistas) e explorando o mundo pré-lógico através das livres associações de palavras e metáforas.(...)
Esse grupo que estudava Freud e fazia experiências como o sonho e com o o sono hipnótico, procurou superar o sentido de grupo destinado apenas à divulgação de suas ideias para se transformar numa equipe [Image]de estudos e experimentações psicanalíticas . Ao niilismo dadaísta opunham agora o conhecimento total do homem, para o que tanto a poesia como a pintura não passavam de meios de investigação que lhes permitiam, como ‘cientistas’ explorar o inconsciente, so sonho, o maravilhoso. Aplicavam o pensamento de Lautrèamont de que ‘A poesia deve ser feita por todos’ e seguiam confiantes a expressão de Rimbaud de que era preciso ‘Mudar a vida’.(...) A partir de 1925, (sucede) a fase de conscientização política, quando a frase de Marx (‘transformar o mundo’) vinha, segundo eles, completar e substituir a de Rimbaud”.

Persistência da Memória (Salvador Dalí)

In. Gilberto Mendonça Teles. págs. 165 e 166

Alguns trechos do manifesto do Surrealismo.

“Surrealismo: automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de todo controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral. (...)”.



“Mandem trazer algo com que escrever, depois de se haverem estabelecido em um lugar tão favorável quanto possível à concentração do espírito sobre si mesmo. Ponham-se no estado mais passivo, ou receptivo que puderem. Façam abstraçaõ de seu gênio, de seus talentos e dos de todos os outros. Digam a si mesmos que a literatura é um dos mais tristes caminhos que levam a tudo. Escrevam depressa, sem um assunto preconcebido, bastante depressa para não conterem e não serem tentados a reler. A






Salvador Dalí


primeira frase virá sozinha (...)”.

Gilberto Mendonça Teles. págs.185 e 188

Lembrete

AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS EUROPÉIAS:

FUTURISMO – arte-ação;expressão artística da velocidade do mundo moderno.

CUBISMO – decomposição geométrica dos objetos; fragmentação da realidade, simultaneísmo e instantaneísmo.

DADAÍSMO – arte como antiarte. Radical demolição das convenções artísticas tradicionais.

SURREALISMO – a realidade do imaginário; o surreal ampliando o conceito de realidade em direção às dimensões oníricas da existência.


ATIVIDADES

1. Observe os textos a seguir:

Texto I





















Texto II

As mãos invisíveis dedilham a canção sinistra.
vibrando as fibras nervosas da medula
os dentes mastigam o sem fim de piripaques nostálgicos
enquanto o mistério corre pela rua em chamas.
Aonde andará o poeta de pijama que escorrega e cai,
enquanto distraído sonha um mundo de estrelas?
Já não há céu, nem solo firme. Silencie-me! Silencie-me!
Sigo as labaredas memoráveis dos dias de luto e melancolia.
Quero a forma perfeita, o beijo, o cheiro do Apolo ruivo.
Sei da impossibilidade das horas, da complementaridade ilusória.
Olho o monte de esterco apodrecendo na vidraça entreaberta.
Janelas, penhascos, arranhasséis e corpos voadores de pedra.
Se a noite persegue minha vida, deposito montros no aquário.
Os peixes caminham no asfalto e as mulheres usam gravatas.
Minha alma, meu desejo, minha imobilidade. Apenas eu!
Danço a quimera dos solitários e o presságio dos carecas.
Um poema, um segmento refratário. Não sei de mim.
As idéias são espasmos, e as palavras, coisa inútil.
Seria senil e insano se acreditasse no amanhã.
Vivo esse segundo que se arrasta, devoranso-me.

(Roberto Piva)

Os textos acima se referem ao movimento surrealista que surgiu na primeira metade do século XX. Sobre estes textos é correto afirmar:



a) O homem como figura central mostra o "eu" fragmentado, construindo um cenário utópico e de destruição textual com o objetivo de sinalizar os absurdos do rigor da estética artística proviniente dos movimentos literários e artísticos anteriores a semana de arte moderna.
b) Por meio de imagens oníricas, decompõem a realidade utilizando-se de diferentes planos, superpostos e simultâneos, que podem ser percebidos na nostalgia e psicose do eu lírico, cujo objetivo é fracionar a realidade através de formas geométricas.



c) A neurose do eu lírico mostra a emancipação total do homem, que se encontra fora da lógica, da família e da religião, desta forma esta neurose leva-o ao estado ilusório e onírico. Nota-se que há uma exploração do inconsciente e a narração dos sonhos, que são percebidos na intenção do poeta e do artista de retratar a solidão e a eterna procura.
d) A figura do homem é mostrada como uma obra que fala por si mesma, onde o poeta acaba perdendo o controle de sua composição. Neste caso, o desequilíbrio aparente dos elementos dá aos textos um equilíbrio estrutural, que pode ser notado na idéia de solidão impressa nos textos.


Priscila P. S. Alvarez




2- Observe os textos:

Texto I

















Texto II

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimaraens


O primeiro texto é uma pintura de Vladimir Kust, pintor surrealista alemão, o segundo é o poema "Ismália" de Aphonfus Guimaraens.

A partir das informações não verbais do texto I e das verbais do texto II, é possível afirmar:


a) Há semelhança no sonho de Ismália em relação ao texto II, quando ela retrata que queria a lua do céu e a lua do mar.
b) O mar que vemos no texto II, que é uma visão totalmente surrealista, onde mostra os barcos flutuando sobre as nuvens, que por sua vez tem o formato de terra, de rochedo, mostrando ao mesmo tempo uma noção de firmeza e fortaleza.
c) O texto I que é um quadro do pintor surrealista Vladimir Kust tem um grau de beleza estética que os artistas surrealistas possuíam e que era contraditório com a realidade, pois mostrava algo além da realidade trabalhando assim seu subconsciente. E com relação a poesia de Ismália, pode-se dizer que tem seu lado onírico trabalhando, assim, o subconsciente do ser humano, ou seja, o lado psicanalítico.

Mararubia Pessoa Alves


Texto I

Leia com atenção:

Ode ao burguês

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel
o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os “Printemps” com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará sol? Choverá? Arlequinal!
Mas as chuvas dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!


Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tiuguiri!

Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
_ Um colar... _ Conto e quinhentos!!!

_ Más nós morremos de fome!

Come! Come-te a ti mesmo, oh! Gelatina pasma!
Oh! Purée de batatas morais!
Oh! Cabelos na ventas! Oh! Carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte á infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados
Ódios aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...

Mário de Andrade




O poeta Mário de Andrade denuncia de manaeira sarcástica a classe burguesa e o capitalismo desenfreado em sua poesia "Ode ao burguês". Sua voz funde-se ao grito de repúdio de Tristan Tzara, líder do movimento dadaísta que teve início em 1916 em Zurique na Suiça, quando este diz: "que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo, negativo, a executar. Varrer, limpar. A propriedade do indivíduo se afirma após o estado de loucura agressiva, completa de um mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e destroem os séculos".


autor desconhecido




Releia os textos: "Ode ao burguês" de Mário de Andrade e "Um grito de liberdade" de Tristan Tzara e procure identificar a crítica presente neles e as relações que eles estabelecem com a letra do poema concreto de Augusto de Campos, "Lixo".


Texto II










Sobre os excertos acima é correto afirmar:


I. Que o poema concreto de Augusto de Campos "Lixo", onde este faz uma antítese entre a palavra luxo e lixo, não estabelece ligação com o tema da poesia de Mário de Andrade "Ode ao burguês", pois este não tem sentido de crítica social, mas estético.
II. A relação entre a simbologia gráfica do tipo de letra "ornamental" com que o autor Augusto de Campos escreve a palavra luxo e os versos da poesia de Mário de Andrade: "Fora, os que algarismam as manhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará sol? Choverá? Arlequinal?
III. O poema concreto de Augusto de Campos e a poesia de Mário de Andrade, estabelecem relações no que diz respeito a negação do passado e o uso de palavras em liberdade, características do movimento da vanguarda européia chamado Dadaísmo cuja finalidade era pronover o caos, a desordem trazendo uma nova estética.
IV. Com base na leitura dos textos acima, se evidencia entre o poema de Augusto de Campos e a poesia de Mário de Andrade: uma "brincadeira" sonora, o uso da palavra em liberdade e uma crítica social ferrenha contra o capitalismo burguês. Sendo portanto característica da tendência do movimento expressionista surgido na Alemanha em 1910 cujo as idéias influenciaram a literatura brasileira.

Pode-se afirmar que:

a. as proposições I, II e III estão corretas.
b. somente as proposições I e IV estão corretas.
c. somente as proposições II e III estão corretas.
d. somente as proposições III e IV estão corretas.

Leia com atenção:

“Para os dadaístas[...] não havia passado, nem futuro: o que havia era a guerra, o nada e a única coisa que restava ao artista era produzir uma antiarte, uma antiliteratura: “Dadá não significa nada”, “a obra não tem causa nem teoria” e “Eu estou contra os sistemas, o mais aceitável dos sistemas é o de não ter principio algum”[...]. Dentro de tais declarações a obra dadaísta passa a caracterizar-se pela improvisação, pela desordem, pela dúvida, pelo predomínio da percepção, pelo agnoticismo e pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, tanto na forma quanto na homogeneidade de idéias e sentimentos”.

Gilberto Mendonça Teles. Opc cit. págs. 125 e 126






Texto I
























Burguês dadaísta, de George Gorsz

Texto II

A Batalha

Berr... bum, bumbum, bum...

Ssi... bum, papapa bum, bumm

Zazzau... Dum, bum, bumbumbum

Prä, prä, prä... râ, äh-äh, aa...

Haho! ...

Ludwig Kassak

Com base nas idéias presentes no texto acima relacione as informações com a produção artística do quadro de George Grosz e a poesia “A Batalha”, de Ludwig Kassak, identifique o que há em comum entre elas de acordo com o movimento Dadaísta e registre as suas impressões na questão histórica, política e social da época.

Raquel Ramiro dos Santos





4. Leia atentamente os textos:

Texto I



Burguesia



Cazuza

Composição: Cazuza/ Ezequiel Neves/ George Israel



A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras

Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal

A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos

Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua

Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo

A burguesia fede - fede, fede, fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia


Texto II






















Quadro de George Gorsz

Texto III

“Eu estou contra o sistemas; o mais aceitável dos sistemas é o de não ter princípio algum”.

(Tristan Tzara)

A partir da música “Burguesia” de Cazuza, do quadro de George Gorsz e do fragmento acima de Tzara, assinale a alternativa correta:

a. O movimento dadaísta é totalmente racional, ou seja, caracteriza-se pelo óbvio assumindo então uma política direitista, sendo essa uma das suas principais características.

b. Valorizam o capitalismo e o consumismo características fundamentais para o movimento.

c. O movimento dadaísta é uma forma de constestar os valores iniciando-se pela arte e através desta a burguesia seria atingida uma vez que por ela a burguesia tinha autoridade e poder.

d. O movimento utilizava de objetos retirados do cotidiano dando à ele novos significados onde fundia-se o real e o imaginário.

Larissa de Oliveira Chagas


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